Se você está tentando começar uma educação sem violência em casa, mas se encontra patinando dando voltas ao redor do mesmo ponto, ou não sabe por onde começar, esse texto vai ajudar:
1- Estruture a rotina de cada criança pensando na sustentabilidade. A rotina de cada filho tem que interagir bem com a rotina da família toda (pai, mãe, irmãos, escola, etc). Para maiores de 18 m, faça a rotina desenhada e colada num lugar visível para a criança. Coloque as atividades problemáticas antes de atividades legais para a criança. Avalie a rotina e se for preciso acrescente detalhes toda vez que os choros e crises começam se tornar frequentes. Não esqueça de pensar no tempo da criança, elas demoram mais para fazer as atividades seja porque têm dificuldades para aceitar as mudanças ou porque estão aprendendo fazer sozinhos. Então respeite esse tempo na sua rotina cotidiana.
2- Estruture as regras do seu lar. O quê pode/ é adequado e o quê não pode/ é inadequado. Para quem tem crianças maiores de 3 anos, pode pedir colaboração perguntando os comportamentos adequados ou não, explicando durante a atividade porque pode ou não pode. Escolham até 4 regras que sejam chaves para seu lar, para desenhar juntos e deixar visíveis em algum lugar (na geladeira, ou num porta retrato, por exemplo). Crianças menores também curtem desenhar junto. Aproveite e explique o que acontece quando as regras são quebradas.
3- Se atente as circunstancias que deixam seus filhos susceptíveis a crises de comportamentos: tempo de eletrônicos, consumo excessivo de açucares, sono inadequado, refeições atrasadas, mudanças abruptas na rotina, etc. Não exija de seus filhos comportamentos além de suas capacidades de autocontrole, entender as capacidade que possuem em cada fase de desenvolvimento e as situações particulares que os aborrecem é essencial para criar expectativas reais sobre seu comportamento. Em outras palavras, conheça seu filho!

4- Se atente à higiene do sono. Crie um roteiro para a hora de dormir onde tenha tempo suficiente para abaixar os níveis de estresse do dia, e tempo de conversa calma antes de dormir. Evite correrias nesse horário. Incluía toda a família, é melhor adiar a hora de dormir dos filhos para sincronizar os horários de todos, papai, mamãe e irmãos, do que lutar incansavelmente para que o mais novo dormir enquanto o irmão assiste TV, ou a criança dormir antes do papai chegar do trabalho. Tempo familiar é tão importante vida da criança como dormir ou comer.
5-Desenvolva uma técnica para se acalmar que possa usar dentro e fora de casa. Use e ensine-a para seu filho. Respiração? beber água? olhar o céu? use-a na frente de seu filho e mostre como funciona para a criança. Existem varias estratégias, uma muito popular é regular a respiração com o “cheira florzinha, apaga velinha” , experimente estas e outras formas que lhe sejam familiares. Pense em como seu filho se acalma no momento da raiva? A partir desse conhecimento crie um sistema que atenda as particularidades de seu filho que possa usar em qualquer local.
6– Se permita viver momentos felizes com seus filhos. Felicidade não é apenas dar gargalhadas, pode ser simplesmente saber que você está presente e disposto ouvir. Toda noite, dedique um tempo para uma conversa calma, fale sobre seu dia, e comente as coisas positivas que lhe aconteceram. Pergunte aos seus filhos o que houve com eles, ressaltando os comportamentos positivos (mesmo que pequenos) que tiveram durante o dia, agradeça por o bom comportamento com beijos, abraços e carícias.

7- Expresse suas emoções de forma adequada. Fale como está se sentindo para seus filhos e pergunte como eles estão se sentindo. Caso tenha acontecido um comportamento inadequado que tenha lhe deixado irado em algum momento, fale sobre isto, indagando também os sentimentos de seus filhos. Ao compartilhar suas emoções você precisa refletir sobre a rela causa delas, as vezes um comportamento de seu filho causa uma explosão de raiva em você, não pelo comportamento em si mesmo, mas pela carga emocional que você vinha carregando antes do fato acontecer. Conseguir entender suas emoções é o primeiro passo para controla-as e então ajudar seu filho a aprender se controlar também.
8- Ao longo do dia, antecipe as atividades que estão por vir, focando no que você espera do comportamento. Crianças não gostam de mudanças abruptas nem supressas. Sua maior seguranças vem da previsibilidade de suas atividades, da rotina. Não esqueça de pontuar de forma explícita. Bom ou mau são conceitos abstratos para crianças pequenas. Então defina claramente: o quê é se comportar bem? O quê pode? ou, o quê não pode? Seja preciso e não duvide em repetir, use comandos curtos e claros: <dá a mão> <sem correr> . Não se esqueça de elogiar ou agradecer quando o comportamento for adequado. No caso de atividades que podem ser entediantes para criança (ir no banco por exemplo) se prepare, nesses casos uma distração pode tornar a espera menos difícil (ai vale tudo! até joguinho no celular).

9- Após as crises, dedique tempo de reflexão, através de uma conversa calma, pode ser na hora de dormir, ou algum tempo após a crises, quando todos estejam calmos, para reforçar as regras e fazer novos combinados, falando como você se sentiu pelo comportamento inadequado e o que espera que aconteça no futuro, de forma curta e concreta. Quando você sair do controle, e quebre uma das regras do lar, peça desculpas, mostre que você sabe que está errado e que se arrepende de ter quebrado a regra. Se seu comportamento deixou seu filho com medo então ofereça uma forma de compensação (um abraço longo por exemplo).
10 – Ajude a memoria de seu filho. Repita as regras e orientações sempre estes forem ser usados e ainda mais quando forem quebrados. Tenha paciência, aprendizado é um processo longo e repetitivo. Até os 3- 4 anos as crianças não te uma memoria permanente, os aprendizados e formação de hábitos dependem da repetição constante. Depois dos 4 anos, a pesar de ter memoria mais firme, precisam de explicações e lembretes constantes para entender a importância de seus comportamentos.
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Texto original de Zioneth Garcia
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Boa noite , eu tenho um filho de 4 anos e estou gravida , e vou passar a praticar pq depois que eu engravidei meu filho chama muito a atenção e está batendo na escola e vou prática essas dicas .
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Precisando ajuda a consultoria para educação positiva do Mães com Ciência está a disposição
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Tenho uma filha de 5 anos, é uma criança super doce e amorosa. Mas tem uma lado teimoso e birrento que está me deixando maluquinha. Quando peço que faça algo ela á maioria das vezes faz muita birra antes fazer. Tipo se peço pra tomar banho que já está na hora de ir pra escola sempre é uma guerra se arrasta até o banheiro inventa mil e uma coisas pra fazer só não obedecer o que estou pedindo. Se perceber que estou conversando com o pai algo, sempre interfere me chamando. Estou me sentindo perdida não sei o que fazer….
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Juliana é importante entender todo contexto. A criança precisa ter regras claras, rotina precisa é esclarecimento das consequências dos seus atos.
Não pode esquecer que os hábitos e comportamentos dela são reflexo direto dos hábitos e comportamentos dia adultos que cuidam e convivem com ela.
Dar atenção positiva aos comportamentos bons, pode ajudar para diminuir o impacto das atitudes negativas. Pedindo com clareza o comportamento esperado deixando claro antecipadamente as consequencias.
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Tenho uma filha de 4 anos, ela é bem teimosa, bate nós colegas de sala de aula e não respeita ninguém, ela acha que eu sou só dela mais de ninguém.
Já não sei oq fazer mais, já conversei várias vezes com ela, mas ela continua a fazer as mesma coisas…
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Olá Ludiene.
Os 4 anos são uma idade cheia de desafios, há um grande pulo de desenvolvimento acontecendo em nível neurológico e cognitivo, e pode vir acompanhado de varias inseguranças.
Uma comunicação acolhedora e constante, precisas e regras muito claras, repetidas de forma constante é o primeiro passo para incentivar a segurança e autoconfiança.
Precisando ajuda, a consultoria em educação positiva do Mães com Ciência está a disposição.
Abs
Zioneth
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