No clima do dia mundial do livro, quis trazer para vocês um texto da Christiane Nóbrega, amiga e escritora, com dicas para incentivar a leitura nas crianças:
Incentivando a leitura nas crianças
O que mais escuto nessas andanças em feiras de livro e festas literárias são pais dizendo que filhos não gostam de ler e em seguida pedem dicas. Não acredito em fórmulas mágicas e dicas certeiras, já que a individualidade de cada um deve ser considerada, mas sempre, atrevidamente, dou uns conselhos. Que agora divido com vocês.
O mais precioso deles: você lê? Você é uma leitora? Por que o exemplo faz toda diferença. Se você passa o dia na TV ou no tablete, em algum momento quando sugerir ao filho uma leitura, vai ser questionada. Lembrei do dia que Maria me questionou sobre refrigerantes:
– “Mãe, se faz mal para saúde e eu não posso, por que você toma?” – Resultado? Aprendi tomar suco. Com a leitura não é diferente.
Outra coisa, valorizar o livro como um todo, a história, o autor a ilustração. Quando compramos um carro olhamos detalhes, falamos de cada item de forma muito empolgada, temos de fazer o mesmo com os livros. Um livro vale mais que um carro e que qualquer outro brinquedo.
Fazer uma leitura mediada, ou seja, ler junto com o filho é fundamental. Criar um momento prazeroso e divertido fortalecendo os vínculos familiares e valorizando a leitura também está no pacote. Aqui, um parêntese, temos de ter atenção para não vincular o horário da leitura somente à hora de dormir, toda hora é hora de ler.
Os livros devem estar acessíveis às crianças. Estantes baixas, com as capas expostas e sempre disponíveis. Claro que alguns acidentes acontecem e uma ou outra edição acaba amassada ou com uma folha rasgada ou riscada. Aqui aproveito para ensiná-los o respeito e zelo que devemos ter pelos livros.
E aí vou me delongando e não falei do imprescindível: a escolha do título. Lemos o que conseguimos estabelecer uma identidade, um vínculo, daí é preciso selecionar o livro conforme a idade e os interesses da criança para despertar o interesse pela história. E neste ponto a medida que eles vão crescendo vem uma certa dificuldade em selecionar esses livros. E como fazer? Basta seguir as pistas! O que a criança curte fazer? Bola? Bicicleta? Brincar de detetives? De história de bruxa?
Seguindo as pistas da Maria, nessas férias descobrimos dois títulos bem legais para crianças de 8 anos em diante lerem sozinhas “O bom gigante amigo – BGA” e “A Estranha Madame Mizu”, um por conta do filme, que ainda nem assistimos e o outro pela capa e resumo da contracapa.
“O BGA” foi escrito por Roald Dahl, o mesmo da “Matilda” e “Fantástica Fábrica de Chocolate”. A edição que compramos foi ilustrada por Quentin Blake (Editora 34). O livro conta a história de Sofia que conhece um gigante que, ao contrário de todos da sua espécie, se recusa a comer humanos. A leitura é simples, os parágrafos são curtos e a história é muito bacana.
Já a história da “A Estranha Madame Mizu” de Thierry Lenain e ilustrado por Judex(Companhia das Letras), mexe com outros medos, sabe? Mizu é uma vizinha muito esquisita de Zóe e por isso a menina nutre um natural medo por ela. O autor do livro usa a técnica de conversar com o leitor, o que eu adoro! O livro também é simples e com uma história adorável! Quem nunca teve medo de uma vizinha diferente?
Christiane Nóbrega é brasiliense e advogada. Mãe de três, todos com alergia alimentar. Diante das dificuldades e, sobretudo, da solidariedade que encontrou pelos caminhos da APLV, resolveu ajudar outras pessoas assim como fizeram com ela, e uma das formas que encontrou foi escrevendo e contando histórias. Tem três livros publicados: “Júlio, um dinossauro muito especial”, lançado em junho de 2016, “A Branca de Leite” lançado em agosto de 2017 e “Fios” lançado em 2019. Adquira os livros da autora aqui
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