“Volta às aulas” e independência: uma dupla que pode dar certo!

Um novo ano escolar começando. Lista de materiais na mão, livros novos, mochilas, lancheiras, uniformes, e ansiedade. Borboletas no estomago pelas novidades que esse novo ano traz. Alguns vão pela primeira vez, outros mudaram de escola e enfrentam uma nova turma, ou então na mesma escola, com novos colegas, novos professores. A ansiedade é igual em todos os casos, e para tratar um tema tão importante trouxe para vocês esse texto excelente, autoria do Psicologo Michel Pachiega.

“Volta às aulas” e independência: uma dupla que pode dar certo!

Por Michel Pachiega

Voltar às aulas depois de um período de quase dois meses em casa pode ser um momento de tensão entre pais e filhos. Por que? Pais podem alimentar um sentimento de desespero em deixar o filho ou a filha caminhar em direção à independência, em direção ao mundo. E filhos podem passar por fantasias de separação, angústias em relação ao novo ano, aos amigos de classe e até mesmo podem se preocupar demasiadamente em separar-se dos pais. E tudo isso é normal, em quase todas as fases acadêmicas dos filhos. Basta prestar um pouquinho mais de atenção para essa preocupação não passar do limite e travar o desenvolvimento das crianças.  

O retorno às aulas envolve um mundo de novidades para os pequenos. Quem estará na minha classe? Será que vou rever meus melhores amigos? Será que consigo dar conta das matérias novas? Como serão as provas? Quem e como será meu professor? Que sala que irei estudar? Fantasias que circundam a mente infantil. Até aí tudo normal. E muitas dessas dúvidas se configuram de forma discreta e, algumas vezes, inconscientes, com isso, não afeta o comportamento dos alunos.

girls on desk looking at notebook

Essas novidades podem ser estressantes para crianças e para os pais. E, por muitas vezes, os adultos cobram das crianças comportamentos e reações normais frente a esses agentes estressores. Nós, os adultos, devemos lembrar que todo ser humano reage ao estresse de alguma forma, não podemos cobrar das crianças a falta ou o corte dessa reação. Na reação ao estresse podemos identificar se o nível este sendo esperado ou além dos limites da criança. E é nessa identificação do estresse que podemos trabalhar questões como enfrentamento, independência, autoconhecimento, habilidades sociais e comunicação efetiva tanto nos adultos como nas crianças.

Outro detalhe estressante além do social, é o fato de que o novo ano escolar requer da criança habilidades e competências mais complexas. Se adultos pressionarem demais para que a criança venha a cumprir tais atividades com 100% de aproveitamento, se esquecendo de olhar o que a criança pode fazer de melhor, os pequenos podem demonstrar sintomas de derrota, autoestima baixa, sentimentos de incapacidade e frustração.

Conteúdos programáticos foram feitos para cada idade da vida escolar, levando em consideração quais as possibilidades de aprendizado de conceitos e matérias para as fases dentro de cada série. Porém, é de grande valia para o desempenho escolar, acompanhar a criança no aprendizado de tais conceitos e verificar se não há nenhuma dúvida diagnóstica a ser sanada frente ao que a criança pode oferecer, dentro de seu desenvolvimento intelectual, emocional e social.

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Pais, aqui vai um conselho: deixar a criança caminhar rumo à independência não é algo fácil de se praticar. Porém, os ganhos são a longo prazo. Por vezes, a dificuldade em “desgrudar” não é dos filhos e, sim, nossa, a parte adulta da relação e com receios maiores que nós mesmos. Lembre-se que você já passou por isso, por essa idade e sobreviveu. Pode ter tido algumas situações constrangedoras, outras traumáticas, mas todas elas foram essenciais para formar sua identidade, seus princípios e valores e foram importantes na sua constituição como sujeito.

Explicar para a criança que temos tempo para tudo é muito importante. A criança em idade escolar é capaz de assimilar que há tempo para trabalhar, tempo para estudar, tempo para ficar com os amigos, tempo para ficar com a família, tempo de férias e tempo de atividades. Deixando bem claro esses “tempos” para a criança, ela será capaz de entender os ciclos da vida com mais facilidade e pensando no ano letivo, os pais podem explicar a necessidade da rotina para fazer todas essas atividades e, principalmente, para estudar.

Levar a criança para a escola com olhar de pena, com peso na consciência de deixa-lo na porta da escola, reclamando de momentos que não ficarão juntos pode ser muito ruim para você, pai e mãe, e para a criança que irá absorver essas emoções negativas e muitas vezes, nem saberão porque estão tristes ou pra baixo.

A alegria de ver uma criança se desenvolvendo deverá vir dos pais e a cada dia na escola, uma vitória. Alegria, contentamento, sentimento de dever cumprido e sobretudo, amor são essenciais para sobreviver ao começo do ano letivo. Deixei seu pequeno crescer de forma voluntária e sem as travas que a culpa pode depositar neles. Você vai sobreviver a mais um ano! E seu filho também!   

Michel Pachiega |  www.paulolimafotografia.com.br

Michel Pachiega
Psicólogo e Palestrante
CRP 06|132728

Atendimento clínico em Araraquara/SP
Palestras sobre Educação, Comportamento e Relações Humanas. Treinamentos e desenvolvimento de equipes
Mestrando pela Unesp|Araraquara em Educação Sexual.

Instagram e Fanpage @psicologiamp
Contato: 11 9 5075 6222 (whatsapp)
Email: michel.pachiega@gmail.com

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