Vocês sabem como os bebês adquirem o iodo se não é recomendada a adição de sal nas comidinhas antes de 1 ano de idade? A nutricionista Tâmara Tambellini nos dá uma resposta super completa a seguir:
O iodo e o sal na alimentação dos bebês
Por Tâmara Tambellini CRN3 40514
“O iodo é um nutriente essencial para o organismo pois ele compõe os hormônios produzidos pela tireóide, que são responsáveis pela regulação do nosso metabolismo, sendo mais importante ainda para os bebês pois atuam diretamente no desenvolvimento do cérebro.
A quantidade de iodo nos alimentos depende da proximidade com o mar (as chuvas podem levar iodo do mar para outros solos que não são tão ricos), do tipo de solo, do tipo de fertilizante usado no solo, da intensidade das chuvas que caem nesse solo, entre outros, portanto há grande variação do conteúdo de iodo nos alimentos. Por esse motivo, a população de muitas regiões no Brasil desenvolveu uma grave deficiência de iodo, chamada bócio. Diante dessa situação, a iodação do sal é obrigatória no Brasil desde a década de 50. Em 60 anos dessa política, observou-se que a prevalência do bócio passou de 20,7% em 1955 para 1,4% em 2000.
É importante lembrar que TODO sal comercializado no Brasil, inclusive os importados, como sal rosa do Himalaia, sal azul, sal cinza, e o tal “sal marinho”, deve ser iodado. A meta atual do programa é que pelo menos 95% de todo sal comercializado no nosso país seja iodado, ou seja, aqueles que falam que não são iodados, estão descumprindo a legislação.

Voltando aos bebês…
O sal não é recomendado antes de 1 ano de idade devido os seguintes motivos:
1 – a recomendação de sódio entre 6 mês e 1 ano é baixa, o sódio naturalmente presente nos alimentos e no leite é suficiente para atingir as recomendações;
2 – a introdução precoce de sódio (antes de 1 ano) predispõe o bebê a um maior risco de desenvolver pressão alta na vida adulta;
3 – incluir o sal antes de 1 ano aumenta a preferência da criança por alimentos mais salgados.
Lembrando que o sódio é encontrado não somente no sal, mas também nos produtos industrializados que são comumente oferecidos aos bebês: bolachas, biscoitos, pães, engrossantes, etc.
E voltando ao iodo…
Se o bebê não irá comer sal na introdução alimentar, como ele irá adquirir o iodo tão indispensável para seu desenvolvimento?
A resposta é simples! Principalmente através do leite, seja materno ou fórmula.
A mãe que come sal normalmente irá adquirir o iodo através dele, e seu leite terá os níveis necessários para o bebê. É sempre importante avaliar a alimentação da mãe que amamenta para verificar se está equilibrada, assim garantimos que os nutrientes no seu leite também estejam.
As fórmulas infantis, por sua vez, são adicionadas de iodo conforme legislação que regulamente a fabricação das mesmas, sendo suficiente para alcançar as necessidades dos bebês.
Além do leite, os peixes são fontes importantes, por isso podem ser incluídos na introdução alimentar desde os 6 meses, pelo menos 2 vezes na semana conforme evolução da alimentação complementar.

De 1 a 3 anos, a recomendação de sódio aumenta. É quando o bebê começa a ser mais ativo, engatinhar bastante, mas principalmente andar. Os movimentos musculares necessitam de sódio, então a necessidade desse nutriente aumenta. Veja:
– 0 a 6 meses: 120mg/dia
– 6 meses a 1 ano: 370mg/dia (o sódio naturalmente presente nos alimentos já atinge a maior necessidade nessa fase)
– 1 a 3 anos: 1000mg/dia ( equivalente a 2,5g de sal/dia – seria uma colher de café rasa de sal por dia, mas essa quantidade é para todos os alimentos, não só o que usamos para temperar)
Comida de bebê e criança pequena é meio insossa mesmo, mas para o NOSSO paladar! Não se esqueçam disso! Estamos construindo hábitos alimentares que irão durar a vida inteira. O que você quer para o seu filho?
Beijos e até a próxima!

Tâmara Tambellini CRN3 40514
.Nutricionista formada na USP e pós-graduada em Nutrição Funcional da Concepção à Adolescência pela VP; palestrante em eventos e cursos para pais e profissionais; autora de 2 capítulos de livros, um sobre introdução alimentar e outro sobre alergia. Atua na área de educação nutricional escolar e materno infantil, onde encontrou sua paixão. Oferece atendimento em consultório, domiciliar e online.
Contato: tamara.tambellini@gmail.com , Tel / whatsapp: (16) 99153-5559
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