Logo nos primeiros dias e depois em qualquer momento da amamentação a dor do ingurgitamento ou famoso leite empedrado, se faz presente, é preciso atender prontamente aos sinais para prevenir a progressão de um quadro de mastites. Veja a seguir orientações para tratar o ingurgitamento assim que detectado.
O ingurgitamento do seio é a distensão tecidual excessiva, causando grande desconforto, às vezes pode vir acompanhado de febre e mal-estar. A mama encontra-se aumentada de tamanho, dolorida, pode ter áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não flui com facilidade. Esse é o famoso “empedramento” do seio.
Geralmente está associado à mamadas pouco freqüentes, restrição da duração e freqüência das mamadas, uso de suplementos (medicamentos ou homeopatias para aumentar o leite) e sucção ineficaz do bebê. O ingurgitamento pode ficar restrito à aréola (areolar) ou ao corpo da mama (periférico) ou pode acometer ambos. Quando há ingurgitamento areolar, a criança pode ter dificuldade na pega, impedindo o esvaziamento adequado da mama, o que piora o ingurgitamento e a dor.
O ideal é prevenir o ingurgitamento mamário com mamadas frequentes, em livre demanda, deixando o bebê mamar ao seio até este ficar bem flácido. O que comumente se chama de “esvaziar o seio” . Entre as medidas preventivas do ingurgitamento se incluem também o uso de sutiã adequado, a massagem e ordenha manual de alívio e o autoexame regular. Uma vez instalado o ingurgitamento, recomendam-se as seguintes medidas:
Medidas para tratar o ingurgitamento mamário
- Se a aréola estiver tensa, ordenhar manualmente um pouco de leite antes da mamada, para que ela fique macia o suficiente para o bebê abocanhar a mama adequadamente;
- Amamentar com freqüência, em livre demanda; fazer massagens delicadas nas mamas é importante na fluidificação do leite viscoso e no estímulo do reflexo de ejeção do leite. Coloque o queixo do bebê dirigido para a região mais dolorida, isto ajudará drenar o leite dessa região com maior eficiência.
- Massagem na região dolorida com seus dedos, realizando movimentos circulares e dirigidos ao centro do seio, a aréola, use esse movimentos antes, durante e depois das mamadas. Se sente que um novo caroço se está formando no intervalo entre mamadas não hesite em massagear e ordenhar

- Usar analgésicos sistêmicos/anti inflamatórios (consulte seu médico) para auxiliar também na redução da inflamação e do edema. Aguarde 30-40 minutos após o uso para o medicamento começar a agir, e então tente a massagem e esgotamento da mama.
- Usar suporte para as mamas ininterruptamente. Um sutiã de tamanho adequado com alças largas e firmes, para alívio da dor e manutenção dos ductos em posição anatômica. Atenção com os sutiã de amamentação! Alguns modelos perdem o suporte facilmente, apesar das alças largas o tecido é de alta elasticidade ou baixa resistência. Adicionalmente podem pressionar o seio na borda da abertura (que usualmente é menos flexível) causando ou piorando o empedramento. Uso de Top esportivo pode ajudar melhorar o suporte para os seios.
- Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente de preferência, o uso da bomba de sucção deve ser restrito para não super estimular ainda mais a mama.
- O esvaziamento da mama é essencial para dar alívio, diminuir a pressão mecânica nos alvéolos, aliviar o obstáculo à drenagem da linfa e edema, diminuir o risco de comprometimento da produção do leite e, sobretudo, da ocorrência de mastite.
- A compressa fria local provoca vasoconstrição temporária e, conseqüentemente, reduz o fluxo sanguíneo, com consequente redução do edema, aumento da drenagem linfática e menor produção do leite. O uso da compressa fria após as mamadas, várias vezes ao dia, é uma medida fácil e eficiente para regularizar a produção do leite materno em casos de hiperlactação ou ingurgitamento frequente. A compressa gelada não devem ser utilizadas por mais de 15 minutos, excesso de frio local aumenta a circulação sanguínea e em consequência pode apresentar efeito rebote.
- No caso de apresentar febre alta e mal estar geral, não hesite em procurar pronto atendimento. Pode ser sinal que o ingurgitamento progrediu para uma mastite e será preciso tratamento com antibióticos.
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Texto de Zioneth Garcia
Referências
Elsa R. J. Giugliani. Problemas comuns na lactação e seu manejo. J. Pediatr. (Rio J.) vol.80 no.5 suppl. Porto Alegre Nov. 2004
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572004000700006