Há vários dias que seu bebê não faz cocô e está preocupada? Venha entender um pouco mais sobre a evacuação dos bebês e então decidir se é preciso procurar ajuda.

Para o recém nascido é normal ter uma evacuação quase a cada mamada, ao mamar também se estimula o trânsito intestinal, e então no meio da mamada precisar de uma pausa para a troca de fralda. Na medida que o bebê cresce o seu corpo vai desenvolvendo maior capacidade de absorção do leite materno, com o que os cocôs vão ficando cada vez mais espaçados ao longo do dia, e então um belo dia o cocô pode nem aparecer. A frequência de cocôs pode diminuir gradualmente, de 8 cocôs ao dia, passar ser 4, depois 3-2, até que depois de um mês vem um cocô por dia ou apenas a cada dois dias.

Devemos ter presente que a evacuação é um reflexo estimulado pelo acúmulo de resíduos no reto, então se não há o que eliminar, a evacuação não acontece. Já que o Leite Materno é um alimento altamente digerível, e os bebês são cada vez mais eficientes em digeri-o, entre seus 2 a 4 meses começa a sobrar muito pouco resíduo para ser eliminado na evacuação, e o cocô começa ser em menor quantidade ou menor frequência.

Quando o cocô para de vir todo dia é normal se preocupar, é onde a observação de nosso bebê vai fazer toda diferença. Se ele está animado, e tranquilo, usar estímulo externo ou supositório para o bebê evacuar pode lhe privar de absorver completamente os nutrientes do leite materno. Se o bebê só mama, ao provocar a evacuação externamente o único que você pode conseguir é esvaziar os intestinos do bebé sem que ele tenha absorvido todos os nutrientes do seu leite e ainda atrapalhar o desenvolvimento da musculatura do esfíncter.

Para bebês amamentados exclusivamente não há regra referente à frequência do cocô, pode haver deposição em cada mamada, ou pode haver deposição uma vez a cada 10 dias, sem que isso signifique constipação. O que caracteriza a constipação nesse caso é o estado geral da criança, seu desconforto, irritabilidade geral e tensão da barriguinha. Quando o bebê está em aleitamento misto ou fórmula infantil exclusiva, a digestão muda, há maiores resíduos sendo produzidos, com o que se espera pelo menos 1 cocô por dia (ou cada dois dias se o complemento for em pequena quantidade). Quando o bebê começa a alimentação complementar qualquer padrão de evacuação que tiver antes vai mudar, dependendo da quantidade de fibras oferecidas na dieta, a quantidade comida efetivamente ingerida pelo bebê e o desenvolvimento do seus sistema digestivo.

Se o bebê se mostra desconfortável o mais provável é que tenha gases no seu sistema digestivo, e nesse caso ajuda seguir medidas alternativas como o banho de balde, a massagem circular ao redor do umbigo em sentido horário, fazer bicicletinha em toda troca de fralda ou mesmo segurar o bebê no seu colo de forma que fique sentadinho em posição de cócoras (assim facilitará a evacuação). Em situações mais difíceis a acupuntura para bebês (feita por especialistas usando sementes ou laser não lugar de agulhas) pode ajudar aliviar esse desconforto.

Se passa vários dias sem fazer cocô e seu bebê faz com textura pastosa, como sempre fez e sem maiores sofrimentos. Não precisa se preocupar. Mas é importante ficar atentos se há realmente uma prisão de ventre, está só é perceptível se ao esvaziar os intestinos o cocô for muito duro (como bolinhas) ou em extremo aguado (o que pode sinalizar uma obstrução). Os casos de prisão de ventre são mais frequentes quando se administra fórmula infantil e também como uma resposta a algum alimento durante sua introdução (amidos e farinhas costumam ressecar as fezes e dificultar a evacuação).  Em ambas situações usar as medidas alternativas, voltar ao leite materno exclusivo ou conversar com o pediatra para trocar a fórmula infantil, pelo menos até o intestino se regularizar novamente geralmente são suficientes. Se o bebê está na introdução alimentar oferecer alimentos ricos em água e fibras também é uma boa alternativa. Não hesite para consultar seu pediatra.

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Precisa se preocupar pela falta de cocô de seu bebê no caso dele apresentar muito desconforto e você perceber a barriguinha dele rígida ao tato,  e quando cocô que faz é bolinhas duras como o cocô de cabrito, que podem vir acompanhadas de muco ou sangue. Nesse caso é urgente um médico para descartar problemas mais sérios, ser parte de uma resposta alérgica a qualquer alimento, até uma obstrução intestinal causada por algum corpo estranho.

Tenha presente que o desconforto intestinal, por gases ou falta da evacuação de fezes, atua como uma fonte constante de estresse para seu bebê, e em consequência lhe deixar mais irritado ao longo do dia e da noite, dificultando o descanso dele e é claro o seu. Cuidar da barriguinha é um investimento em qualidade de vida para todos.

Referência

Carlos Gonzalez. 2015. Manual Prático de aleitamento materno. Edição português. Editora Timo.

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Texto de Zioneth Garcia